terça-feira, 21 de abril de 2009

De À espera dos bárbaros


Diz o narrador do romance de Coetzee: "Outras vezes, porém, particularmente, no ano passado, com a jovem cujo apelido na pensão é Estrela, mas que sempre imagino como um passarinho, senti de novo o poder do antigo feitiço sensual, mergulhei em seu corpo e me deixei transportar para os remotos limites do prazer. E assim eu pensei: 'É apenas uma questão de época, de ciclos de desejo e apatia num corpo que, lentamente, começa a esfriar e morrer. Quando jovem, o simples cheiro de mulher era capaz de me sacudir; agora, evidentemente, só o mais doce, o mais jovem, o mais novo deles tem esse poder. Qualquer dia, hão de ser os meninos'. Com certo fastio, antevejo meus últimos anos neste óasis generoso."

Nenhum comentário:

Postar um comentário