quarta-feira, 13 de maio de 2009

W.H. Auden


A SOLITÁRIA NATA


Eu ouvia da sombra, numa cadeira de praia,
A gama de ruídos que por meu jardim se espraia
E julgava de toda conveniência se isentasse
Do dom da palavra tanto os vegetais como as aves.

Um tordo sem nome de batismo repetia
O Hino Tordo, que era tudo quanto conhecia.
Por terceiro esperavam as flores roçagantes
Para dizer-lhes, sendo o caso, quais os pares de amantes.

Não seria, nenhum deles, capaz de mentir;
Tampouco havia ali quem sentisse a morte vir-
Lhe ou que, com ritmo ou rima, pudesse dar tento
Da sua responsabilidade pelo tempo.

Ficasse a linguagem para a solitária nata
Dos que contam os dias e esperam certas cartas.
Ao rir e ao chorar, nos também fazemos ruídos.
Palavras são só para os que estão comprometidos.


Tradução: Jose Paulo Paes

3 comentários:

  1. que é pra ver se vc volta...rsrs

    João querido

    sementes de potência!
    foi essa a expressão que me veio a cabeça após um sonho no qual o sr estava
    bom, não?

    bj

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  2. Estou aqui por uma razão, pedir para você deixar no meu blog uma mensagem contra a VIOLÊNCIA no TRÂNSITO, no post " JUSTIÇA".

    Sei que o irresponsável e os seus advogados procuram no Google notícias que tenham o nome do autor do crime, essa seria uma maneira de comunicarmos com ele e mostrarmos o nosso repúdio.A violência no trânsito mata mais do que as guerras.
    Estou lutando duas vezes, uma contra o poder econômico do criminoso e outra contra o desrespeito as nossas leis.
    Conto com a tua colaboração.
    Gemária Sampaio

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